Eu tenho pavor de gente morna. Com certeza, você conhece alguém temperatura ambiente. Aquela pessoa que nunca estoura, que fala baixinho, que acata tudo que os outros dizem e nunca chutou um baldinho. Nem pra ver se ele era leve ou se doía o pé.
Eu sei lá o que é ser assim. Pra mim, é tudo à flor da pele. Se não gosto de uma pessoa, franzo a testa. Se erro meio ponto em uma tarefa, choro a noite toda e se entro numa briga é para brigar.
Não sei se meu sangue é que está o tempo todo em ponto de ebulição ou se é a minha cabeça.
Pior, é quando estou quase no ponto de fervura e tenho que controlar a chama por algum motivo... Isso me congela. Me torno tudo que eu odeio: MORNA.
Eu sou enérgica, gosto de ver as coisas acontecendo, o mundo se movimentando e todo mundo acertando o passo.
Essa coisa de ficar fazendo caretinhas e carinha de vítima para ganhar alguma coisa, não me comove.
O que me comove é não poder liberar a minha intensidade e gritar quando uma coisa me desagrada porque existem outras coisas em jogo.
Vestir a carapuça de morna, sendo intensa.
Como intensa tratada, eu descobri que, muitas vezes, é esta carapuça que te salva.
LG
DURA LIÇÃO, RENATO SUTTANA
Há 2 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário