Hoje, tava procurando uma foto minha das épocas de criança e senti aquele gosto de ferrugem, os olhos cheios e a respiração apertada. Fiquei revendo avós, pai, mãe, tios e uma infinidade de primos garotos que hoje já desfilam seus tons gris.
Não consegui me conter. Em meio a comemorações pela vitória das olímpiadas no Rio, desabei. Primeiro, foi um chorinho contidinho. Depois, fui me sentindo à vontade e veio aquele choro de liberdade. Minha vizinha deve me achar uma histérica porque ou estou dando gritinhos de prazer, ou de sofrimento. Sim, na sociedade do culto ao corpo, eu tenho medo de me ver velhinha. E o pior é que estou ferrada, pois minha única saída é ficar feliz por ter rugas ou virar uma destas múmias que andam cheias de plásticas por aí. Mas, meu choro foi mais do que as minhas rugas. Foram as ex-rugas dos meus avós, as atuais rugas dos meus pais e minhas futuras rugas. Meu choro foi pelo tempo que escorre como àgua das mãos. Tempo que se repete e que passa...
O que podemos fazer enquanto isso é VIVER A VIDA. Mas, desculpa, Maneco. Na frente de uma tela de televisão é que não. Mas, quem sabe, ouvindo um Tom Jobim?
"Tem dias que eu fico
Pensando na vida
E sinceramente
Não vejo saída
Como é, por exemplo
Que dá pra entender
Como é, por exemplo
Que dá pra entender
A gente mal nasce
Começa a morrer
Depois da chegada
Vem sempre a partida
Porque não há nada
Sem separação
Começa a morrer
Depois da chegada
Vem sempre a partida
Porque não há nada
Sem separação
Sei lá, sei lá
A vida é uma grande ilusão
Sei lá, sei lá
Só sei que ela está com a razão
A vida é uma grande ilusão
Sei lá, sei lá
Só sei que ela está com a razão
Sei lá, sei lá
Só sei que é preciso paixão
Só sei que é preciso paixão
Sei lá, sei lá
A vida tem sempre razão."
:-)
LG
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